quarta-feira, 17 de junho de 2009

Continuando o momento literário

Esse texto eu fiz durante um momento de inspiração ("ai, essa vontade... essa vontade!!") e acabei cedendo a um de meus admiradores, Luís Fernando Veríssimo.
Ele passou o texto para primeira pessoa, se fez de sujeito e publicou por ai.

Nunca tinha entendido por que as necessidades sexuais dos homens e das mulheres são tão diferentes. E nunca tinha entendido por que os homens pensam com a cabeça e as mulheres com o coração. Uma noite, semana passada, minha mulher e eu estávamos indo para a cama.
Bom, começamos a ficar à vontade, fazer carinhos, já estava bastante excitado e nesse momento, ela fala: “Acho que agora não quero, só quero que você me abrace”, “me abrace mas me abrace forte”. Eu falei: “O QUEEEEEE???” Ela falou: “Você não sabe se conectar com as minhas necessidades emocionais como mulher”.
Comecei a pensar onde podia ter falhado. No final, assumi que naquela noite, não ia rolar nada, virei e dormi. No dia seguinte fomos a um grande hipermercado, do tipo Carrefour, com muitas lojas dentro dele. Dei uma volta enquanto ela experimentava três modelitos caríssimos. Como não podia decidir por um ou outro, falei para comprar os três. Então ela me falou que precisava de uns sapatos que combinassem, a R$ 200,00 cada par. Respondi que tudo bem. Depois fomos à seção de joalheria, de onde saiu com uns brincos de diamantes. Estava tão emocionada! Deveria estar pensando que fiquei louco, agora penso que estava me testando quando pediu também uma raquete de tênis, porque nem tênis ela joga. Acredito que acabei com seus esquemas e paradigmas quando falei que sim.
Ela estava quase excitada sexualmente depois de tudo isso; vocês tinham que ver a carinha dela, toda feliz! Quando ela falou: “Vamos passar no caixa para pagar”. Tive dificuldade para me segurar ao falar com ela: “Não, meu bem, acho que agora não quero comprar tudo isso”. Ela ficou pálida. Ainda falei: “Só quero que você me abrace”.”Me abrace mas me abrace forte”. No momento em que ela começou a ficar com cara de querer me matar, falei: “Você não sabe se conectar com as minhas necessidades financeiras como homem…”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Isto NÃO é uma democracia.