Chega discretamente, inevitável.
Ai essa vontade, essa vontade.
Sem se fazer perceber, toma conta de mim;
sem me deixar pensar,
deixa-me apenas uma opção,
como o fez a Esfínge à Édipo:
era saciá-la ou ser devorado.
Essa vontade, essa vontade.
Dia após dia,
me vem essa vontade,
mal percebo o quanto ela me domina,
pois dia após dia ela me vence,
essa vontade.
Da agonia de acabá-la vem o alívio,
do alivio de saciá-la fica o vácuo, o nada.
Quando voltará essa vontade?
Há aqueles desvairidos que a cultuam,
quase vendo nela a razão de viver;
fazem rituais elaborados toda vez que a sentem chegar.
Exagero? talvez,
mas o certo é que ninguém está a salvo.
Essa vontade, essa vontade.
Há ainda aqueles que a negam. Pagam caro.
Há os que desconversam,
falam que a detesta, que têem vergonha dela;
mas ela vem,
e de se assalto lhes toma as rédeas,
mesmo nas horas impróprias,
os fazendo ir ao limite da sanidade,
à lugares que jamais imaginaram ir,
tudo para saciar essa vontade.
Ai, essa vontade.
E do que falo já sinto,
cá está ela à espreita.
Certamente irei lutar,
mas ela não desistirá,
e lentamente vai ganhar,
essa vontade que me dá...
essa vontade de cagar.
Ai, essa vontade, essa vontade.
terça-feira, 2 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Me identifiquei:
ResponderExcluir"Há aqueles desvairidos que a cultuam,
quase vendo nela a razão de viver;
fazem rituais elaborados toda vez que a sentem chegar."
De quem é a poesia, Lord?
Minha, claro. pergunte ao google e à wikipedia. campeã no compeonato mundial de poesia de 2006, sediado em Pasárgada.
ResponderExcluir